quarta-feira, 4 de abril de 2018

Finalmente posso dizer que recuperei minha vida

Bom, a algum tempo estou postando sobre o meu tratamento e vocês foram testemunhas das dificuldades que passei, desde o diagnóstico, passando pela cadeira de rodas quase mudo, até o tratamento com a vitamina D, que realmente salvou minha vida. 
Recuperei quase todos os meus movimentos, exceto do joelho esquerdo para baixo, o que ainda me prende a uma bengala, minha voz posso dizer que está normal agora está normal, reacendendo meu sonho de me tornar professor, e aquela época ficou para trás.
Estou trabalhando, consegui fazer uma pós graduação, pretendo em breve fazer um mestrado, me casei, estou conseguindo manter essa vida e estou progredindo, e agora, a coroação de minhas conquistas:
Viva a vitamina D. Estou proibido de tomar leite como eu tomava, mas depois disso tudo, só tenho uma coisa a dizer. Tchau, leite, queijo, iogurte, leite condensado, doce de leite e chocolate ao leite. Foi bom conhecer vocês. Vou guardá-los em minha lembrança, mas não troco essas conquistas por nada.

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Para matar a curiosidade...

A menininha está tocando isso nas costelas de minha esposa. Ela certamente será uma percussionista. rs

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Resumo de minha vida - e finalmente, vitória

Sabe, eu me chamo Fabrício Dias de Oliveira. Se procurar no google, verá que existem vários. Espero eu que meus sósias sejam boas pessoas, pois não quero ser surpreendido com nome sujo sem ser minha culpa. rs. E espero não me envolver em encrenca pra manter eles a salvo.
Desde criança, fui mais reservado. Procurava não me envolver em confusão, e quando acontecia, eu chorava. E também fui muito curioso. Eu pequeno, ainda com mais ou menos 7 e 8 anos, foleava os livros de segundo grau de biologia e química da minha tia, mesmo não entendendo nada, mas gostava das figurinhas. Eu vi no meio das matérias, um texto de educação sexual com figuras, e achei o máximo.
Quando comecei a achar os deveres de casa chatos, me lembro que alguém me fez um pequeno terrorismo na minha cabeça, me mostrou mendigos na rua, e me disse que se não estudar, ia ficar assim.
Me lembro também de ter visto um desenho de um rim, e um pedaço dos coletores de urina antes dos uréteres. Esse pedaço parecia uma maquininha, e pensei que a gente era tipo ciborgues, com partes mecânicas no corpo. Para ver como eu era viajante.
Quando entrei na primeira série, fui para um colégio particular. O meu pai descobriu um ofício novo para trabalhar por fora, para complementar o salário de metalúrgico, e passou a fazer churrasqueiras de alvenaria para os figurões da empresa onde ele trabalhava. E pensou que poderia manter isso para mim.
Ilusão. Quando cheguei na segunda série, fomos vítimas de ladrões, que levaram muita coisa em casa, até meu carrinho de fricção preferido. Malditos. E precisei sair da escola para que pudéssemos repor o que foi levado. Graças a deus saí de lá. Eles caíam na minha pele pois todos lá eram filhos de empresários, e tinham dinheiro e eu pobre e negro. Dá pra imaginar o tipo de coisa que eu passava.
Fui para uma escola municipal, onde me senti mais a altura dos outros. Até uma idade, mais ou menos até a sexta série, gostava de participar das brincadeiras com os meninos. Até que o bulying começou. Um grupo de 3 meninos, incitavam os outros a caírem na minha pele. E eu não sabia reagir, e tinha reações idiotas... tentava reproduzir as expressões que via em filmes, e eu era mais zoado ainda.
Mas, se ficasse só nas brincadeiras, ainda era tolerável. O grande problema, é que tinha um outro grupo que era mais encrenqueiro, e que partia para a violência. E por causa do bulying do primeiro grupo, eles decidiram me escolher como saco de pancada todo fim de aula, e ficou assim por um tempo.
O que me fez ficar recluso. Participava da educação física, obrigado. Os intervalos, ficava na biblioteca, já pensando em estratégias para ir embora sem apanhar. Mas foi bom, li todos os livros da coleção vaga-lume ali. E conheci mais livros do segundo grau, com mais figurinhas legais.
Por causa de eu ter fugido ao invés de enfrentar a situação, meio que deixei de interagir com o pessoal da minha idade, a acabou que não aprendi convenções sociais, tipo, como conquistar uma garota, como tratar os outros, como me portar em ambientes formais. Resultado: só consegui o primeiro beijo com 19 anos, fracassei em todas as entrevistas para emprego, até o dia em que eu aceitei um trabalho voluntário em uma escola de informática comunitária, e a maioria de minhas interações sociais terminavam em crítica, brincadeiras de mal gosto (até nos empregos que consegui), terminando algumas em término de relações (“amizades” e etc) ou brigas e discussões. Foi um período difícil. Um grupo pequeno de pessoas ainda conversaram comigo, meio que me resgatando do limbo da solidão que eu procurava… nota especial que uma delas era minha esposa, que ainda estava casada com o ex marido.
Enquanto isso, como vi que eu tinha facilidade com informática, desisti de ser advogado porque tinha que ler muito, e desisti de ser médico porque eu não tinha estômago pra ajudar pessoas que iriam brigar comigo se eu não conseguisse ajudar (o que não adiantou, pois quero agora ser arquiteto de software e enfrentarei a mesma coisa, rs. Mas já estou treinando acalmar quem tá nervoso, e com o tempo ganhei alguma prática nisso. Resumindo, estava com medo a toa). E fiz 2 cursos técnicos e alguns profissionalizantes em áreas afins, até que decidi pela faculdade. O governo nessa época aumentou o poder de compra do salário mínimo, e foi a minha deixa. Meu pai falou que nós dois juntos poderíamos pagar, e fomos fundo. Sistemas de Informação na PUC.
O curso funcionou bem, como a maioria dos conceitos eu conhecia, tirar notão foi fácil. E aumentavam mais ainda pois eu viajava nos livros e teorias da área. Até que…
O início do ponto de virada. A aula de filosofia. Eu queria aprender e aprender cada vez mais. O professor perguntou para que era o conhecimento. Vieram as mais variadas respostas, para ser bom em algo, conhecer muito, status… todos errados. O professor explicou que o conhecimento servia para ajudar as pessoas. Se eu conhecer muito, mas não souber tratar os outros, não seria nada na vida. E ele falou. Vá a festas, casa uns dos outros, saiam com os amigos. Aí passei a fazer isso para me tornar alguém aprazível. Minhas notas abaixaram vertiginosamente, mas ganhei em contato humano. Foi a melhor troca que fiz. Aí comecei a me relacionar mais sério com mulheres. As anteriores sempre pulavam fora quando propunha algo mais sério.
Segunda parte do ponto de virada: na metade do curso, comecei a tropeçar a toa, me cansar fácil e minha voz “phicô apfim”. E comecei a babar. Depois de muito pesquisarmos, descobri que eu era portador de esclerose múltipla, e me internaram 3 meses. Primeira vez na vida que fui reprovado em alguma matéria, duas mais exatamente. Depois de um tratamento intensivo, me recuperei somente mancando um pouco da perna esquerda. Com ajuda da PUC, completei a faculdade. Só que mal sabia o tamanho do buraco que acabava de entrar.
Comecei a piorar rapidamente, de 3 em 3 meses, perdia um pedacinho do meu corpo, era quase sempre no lado esquerdo, principalmente na perna. Chegou um ponto em que andar 1 quarteirão era muito. Me esgotava com metade disso. Era um problema grande, só uma cadeira de rodas, motorizada funcionou. Parei de trabalhar, para ficar 7 anos me recuperando, preso em meu próprio corpo.
Comecei a me recuperar, mas muito vagarosamente, sem esperança de retomar minha vida. Até o momento que soube de um tratamento experimental à base de vitamina D que estava recuperando doentes de esclerose múltipla pelo Brasil. Demorou mais ou menos 1 ano até o momento em que falei comigo mesmo. Eu estou morrendo aos poucos. Falam que esse tratamento se feito errado, pode me matar de uma vez. Beleza, morte por morte, vou na que tem uma chance de melhora. E procurei o dr André de Vespasiano, com quem comecei o tratamento. Ele só alertou: a vitamina D controla o sistema imune (esclerose múltipla, é um desequilíbrio do sistema imune causado por falta de vitamina D, em que ele enlouquecido começa a atacar o próprio corpo, e no caso dessa doença, a capinha protetora das fibras nervosas), mas ainda a função principal dela continua sendo o cálcio dos ossos. Farei uma reposição dela em altas doses, o que ia me causar uma super absorção de cálcio. Deverei tomar 2,5 litros de água por dia, e evitar leite, laticínios e açaí. Ou ia petrificar meus rins ou qualquer parte do corpo, mas principalmente os rins. Bom, diabéticos vivem muito bem sem açúcar, posso viver bem sem essas coisas. E entrei de cabeça. Em 6 meses, a fadiga monstro sumiu. Deixei a cadeira de rodas. Em 1 ano, a voz retornou a entonação normal (ainda um pouco mole, por causa da língua que estava semi paralisada ainda), recuperei quase tudo. Só me restou a perna esquerda sem força, o que me obriga a usar uma bengala (deve ter tido alguma atrofia com essa história), mas já está ótimo.
Hoje, estou trabalhando, fiz uma pós graduação, me casei, e estamos esperando uma filhinha. Pra quem esteve desacreditado e ameaçado a perder tudo, está de bom tamanho.
E esse é o resumo bem resumido de minha vida até aqui. Isso serve para exemplo, tudo o que conquistei foi porque estudei como louco desde criança. Se consegui uma colocação média no mercado de trabalho (que foi a base de tudo), foi porque apesar de tudo, concluí a faculdade, o que me possibilitou achar um caminho para superar uma doença que ia me deixar de joelhos por toda a vida, e retomar meus projetos. Raros casos a pessoa não precisa estudar tanto, mas, o que realmente garante a compreensão da realidade como um todo e nosso lugar entre as pessoas, é o estudo. E isso vale para todos.

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Só corrigindo danos aos rins, causados pela medicação anterior

Bom, o médico da vitamina D me pediu pra fazer um ultrassom dos rins, e constatou uma nefropatia bilateral. E me pediu para ir em um nefrologista. Ao me consultar com ele, me pediu exames para verificar a urina, e constou que eu estava eliminando proteínas pelos rins. Voltei ao médico da vitamina, e ele falou que isso era consequência dos anos me tratando com interferon. O nefrologista então tem me passado predinizona e lozartan para corrigir isso. Pois bem, vamos eliminar isso.

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

A evolução só progredindo

Lembram que falei que eu tinha casado? Pois bem, creio que todos os aspectos de um casamento feliz eu estou conseguindo compartilhar bem com minha esposa. Se falam que não existe conto de fadas em um casamento, no nosso caso existe sim. A gente pensa semelhante, nós dois passamos pela mesma intensidade de problemas, mas o dela não foi uma doença (não vou contar o que foi... MOOOOOORRAM DE CURIOSIDADE, MUHAHAHAHAHAHAAAAA), mas a questão é que a gente se entende mil. Obviamente há os momentos de discussão, mas entendam: somos pessoas diferentes com experiências diferentes e noção de prioridades diferentes... uma ou outra discussão vai ter. E estou aprendendo como conviver com ela e o filho dela com harmonia. Agora creio que chegou a cereja do bolo... ela está indo para o 6º mês de gravidêz, e tô curtindo muito... quando fui internado, totalmente paralisado e mudo, e o médico falando que eu poderia ficar assim para sempre, então, sem perspectiva nem mesmo de trabalhar, chegar até aqui com um trabalho, fazendo uma pós graduação, me casando e agora com uma filha (sim, é menina), é muita coisa.
PS: Obrigado, Dr Cícero Gali Coimbra.

segunda-feira, 12 de junho de 2017

Consulta realizada - e alta concluída

Tive melhoras significativas nesses três anos de tratamento. Eu quase não falava, agora estou falando demais, e até vou analisar dar aulas por fora do meu atual emprego (que consegui graças ao tratamento). Eu não andava meio quarteirão, o que me tornava dependente de uma cadeira de rodas. Agora, a pé, já medi. Estou alcançando a marca de 2 kilômetros. Acho que nunca me senti tão bem em andar de ônibus. E agora estou casado e bem com minha esposa, e evoluindo dia após dia, com pequenas vitórias. Que são amplificadas exponencialmente pelo conhecimento que adquiri nesses anos, agora tenho uma perspectiva de futuro adiante, e agora mesmo se acontecer algo de ruim em qualquer área da minha vida, voltei a ter um espaço de tolerância para recuperação. Peguei as ressonâncias atuais, em relação as anteriores, numa primeira imprensão não tem alterações. Vou verificar com mais calma com o médico. Mas as melhoras são visíveis para todos ao meu redor.

segunda-feira, 27 de março de 2017

Finalmente, enfim, última consulta do médico da vitamina D

Atrasado, mas concluí o processo. Agora, pegar a transcrição dos exames, e ir para a segunda consulta com dr André, e me libertar dessa restrição com leite (se bem que, eu tive minha vida de volta, então, tchau, leite. Foi bom te conhecer).